quarta-feira, 25 de novembro de 2015

O seminarista que andava pelado

Revoltou-se, pois, o seminarista enquanto em seu estado introspectivo estudava

Se o tecido cobre a alma, também esconde o pecado

Ali ao lado pode muito bem morar a santa ignorância.

Dia vai, dia vem e as capas uniformizavam o seu espírito saltitante

Era um tédio...

Mas o conhecimento diário ainda alimentava os neurônios que viviam nus entre um pensamento e outro

- Isso sim vale muito a pena! resmungava

Ansioso pelo próximo capítulo e o próximo também. Haveria outro? O derradeiro?

Tudo no seminário era tão rico e tão pobre, tão tudo e tão nada, tão espiritual e tão carnal

Bom mesmo seria estar pelado do espírito para absover a essência do aprendizado, sem filtro, mas com a mente aberta ao novo e puro, ao essencial.

O seminarista queria a receita da felicidade.

Foi assim o aprendizado do primeiro sermão... 
... sob o olhar estarrecido dos alunos o grande mestre apareceu pelado e começou o discurso com a seguinte reflexão:

- O corpo é a casca da alma. Pode a casca dizer se o fruto é bom?

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