Eu prefiro
tanto Português a Matemática que chego a me espantar como me irritam as
incertezas.
Construo uma personagem a cada dia e tento me adequar a essa realidade medíocre, de bonecos e palhaços, o palco é o mundo.
Quem me dirá a verdade sobre esta realidade?
Somos marionetes?
Deixa-me ser, deixa-me ser, por favor. Não consigo ver o sentido dessa representação teatral, quero olhar através dos teus olhos, por dentro de você como se fosse um portal para a alma humana.
Aonde você está?
Escondido, talvez, em tua personagem. Fazes de conta que és humano, mas o teu gene é o que acalenta a camada de visualização. O que vejo é tão superficial, só parece, não é.
Mostra-te. Posso escrever a tua história?
Ser também dói.
Mas eu quero ir além da sobrevivência, quero a essência, a profundidade. Títulos não me bastam, quero saber para ser. Não desejo apenas parecer, isso é somente uma personagem da inutilidade humana.
Por que a massa se auto-esmaga? Corroem-se aos poucos, como vermes que perfuram e comem a carne, não há tempo para decomposição.
Esse é o retrato do teatro do planeta, pessoas comem e se comem, literalmente.
Alimentam-se umas das outras em um canibalismo assutador. No subterrâneo dos cérebros a verdade está, imune.
Mostra-te. A tua verdade pode ser melhor do que toda esssa representação. Podes encontrar compaixão, êxtase e vida longe de uma realidade inventada. Vida é ser você, mesmo que todos estejam fazendo de conta que são reais.
Construo uma personagem a cada dia e tento me adequar a essa realidade medíocre, de bonecos e palhaços, o palco é o mundo.
Quem me dirá a verdade sobre esta realidade?
Somos marionetes?
Deixa-me ser, deixa-me ser, por favor. Não consigo ver o sentido dessa representação teatral, quero olhar através dos teus olhos, por dentro de você como se fosse um portal para a alma humana.
Aonde você está?
Escondido, talvez, em tua personagem. Fazes de conta que és humano, mas o teu gene é o que acalenta a camada de visualização. O que vejo é tão superficial, só parece, não é.
Mostra-te. Posso escrever a tua história?
Ser também dói.
Mas eu quero ir além da sobrevivência, quero a essência, a profundidade. Títulos não me bastam, quero saber para ser. Não desejo apenas parecer, isso é somente uma personagem da inutilidade humana.
Por que a massa se auto-esmaga? Corroem-se aos poucos, como vermes que perfuram e comem a carne, não há tempo para decomposição.
Esse é o retrato do teatro do planeta, pessoas comem e se comem, literalmente.
Alimentam-se umas das outras em um canibalismo assutador. No subterrâneo dos cérebros a verdade está, imune.
Mostra-te. A tua verdade pode ser melhor do que toda esssa representação. Podes encontrar compaixão, êxtase e vida longe de uma realidade inventada. Vida é ser você, mesmo que todos estejam fazendo de conta que são reais.
A realidade
Tomou
coragem, saiu à rua e se mostrou. Com um traje qualquer, corpo magro, olhos
acinzentados e cabelos escuros tomou um bocado de terra em suas mãos enquanto,
agachado, olhava o vai e vem das pessoas.
Andando entre a multidão, ora esbarrava em alguns, ora sentia o vento
quente em seu rosto. Todos tinham pressa.
Seu corpo ainda podia sentir o sexo matinal. Intenso. Fresco. Louco. Daqueles dias arrebatadores e hormonais em que a cópula é a união de dois corpos incandescentes.
Ninguém o viu, nem sentiu o seu cheiro de sexo fresco. Alheio às personagens humanas e à ansiedade de todos em mostrarem a irrealidade interior, pareciam mesmo saciados, lindos, realizados. Um modelo de sucesso.
Foi uma revelação fracassada. Pessoas querem ser fantasmagóricas e aos cegos não se pode descortinar a imagem.
Seu corpo ainda podia sentir o sexo matinal. Intenso. Fresco. Louco. Daqueles dias arrebatadores e hormonais em que a cópula é a união de dois corpos incandescentes.
Ninguém o viu, nem sentiu o seu cheiro de sexo fresco. Alheio às personagens humanas e à ansiedade de todos em mostrarem a irrealidade interior, pareciam mesmo saciados, lindos, realizados. Um modelo de sucesso.
Foi uma revelação fracassada. Pessoas querem ser fantasmagóricas e aos cegos não se pode descortinar a imagem.
Aqui e agora, alguém nasce e outro morre. É assim. Nisso não há representação, não há teatro, é fato. Viver está além de tantas coisas.
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