Então você acorda, muito, muito cedo
E de tão cedo nem consegue enxergar que teve a bênção de acordar.
Enquanto o café espalha o seu aroma, difícil é escolher o que vestir. Vestir-se
não deveria ser prioridade nem ter a importância e o poder de fazer as pessoas
sorrirem para você. Mas é assim que é. Vem e vão os pensamentos e não é
possível perceber que há mais ali para escolher do que a mente capitalista
indica eu seus raios inconscientes que refletem a sociedade podre.
Em passos lentos e lamentos procura o de sempre: bolsa, carteira e um
lanchinho. Escorrega através dos dias tentando agradar em seu modo de ser e
falar. E trabalha incessantemente como se o seu árduo labor pudesse salvar a
humanidade. Pura ilusão. A humanidade já está contaminada pela ganância de ser
muito mais de que feliz, é quase utopia querer a felicidade em simples fatos do
dia a dia, no amor, na família, no sorriso inocente.
Deteriora-se esta civilização quando alcança o mais alto grau de
instrução e vê-se ao longo dos corpos perfeitos, adornados quiçá goticamente
por suas máscaras interiores, que se distraem entre sorrisos ensanguentados e
corações partidos, a fina camada que cobre o ser humano.
Qual é o plano então para ser feliz? O que faz a diferença interior se
cada dia fosse o último e houvesse a necessidade de escolher: reclama-se ou
vive-se? Ah! tudo é tão trivial. E mesmo por trás dessas máscaras o desejo
maior é a simplicidade e a nudez da vida. Mas o cheiro cruel da intenção
perversa ronda por todos os lados e a escolha é individual.
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