segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Por um triz...

Quando o jornal dá a notícia, o tempo já transcorreu, o minuto se eternizou no segundo e o processo, indiscutível, foi lavrado.


Os enquantos e os por um triz vagueiam entre a massa humana que é lavada pela lágrima gotejante. O lenço amarelecido não pode absorver esta umidade, é o rio de uma vida. A água tem esta propriedade de se infiltrar em qualquer parte, sem ser desejada, mina a consciência e a estrutura da construção. Metediça, não retrocede, mas encharca aos poucos. Tudo, porém, tem começo, meio e fim. Por que começar pelo fim? Terminar antes do princípio?

O trânsito, nos finais de semana, segue este parâmetro. Loucos que se entrelaçam, loucos que findam e findam os outros cujos nomes não significam nada para mim, quiçá nem para você. Mas um nome é um substantivo próprio, com letra maiúscula, único, importante para alguém. Por este substantivo, alguém chorará!!!

Os seres humanos me enojam, egoístas. Não matam para sobreviver, matam para se sobressair. A devastação ronda toda esta gente, hipócrita, que transita no calor do asfalto e se imagina superior segundo a potência do seu veículo. Esta mesma força impulsionará a morte de inocentes.

Desde a primeira morte provocada por um automóvel em 1896, em que a pedestre congelou de medo quando avistou, em sua direção, o veículo a 6,5 Km/h, tudo evoluiu tanto. As razões da tecnologia ultrapassam em faixa dupla. A facilidade de locomoção e a rapidez não justificam atos desvairados, regados de álcool e adrenalina.

Beba até cair, mas na sua casa; ou não dirija.

Escale montanhas, pule de pontes, faça sexo, dance, alcance adrenalina; mas não ao volante.

Mate-se, se quiseres, mas não mate os outros; no trânsito.

Por um triz você pode não ler a notícia de amanhã!!!

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